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II Encontro de Fiandeiras -Tema -Entrelaçando e Enveredando

Cada ser humano é um eixo de interações de ensinar e aprender, cada pessoa é em si mesmo uma fonte original de saber e de sensibilidade. Em cada momento de nossas vidas estamos sempre ensinando algo a quem nos ensina e estamos aprendendo alguma coisa junto a quem ensinamos algo. Ao interagir com ela própria, com a vida e o mundo e, mais ainda, com círculos de outros atores culturais e de seus círculos de vida, cada pessoa aprende e reaprende. E, assim, cada mulher ou homem é um sujeito social de um modo ou de outro culturalmente socializado e é, portanto, uma experiência individualizada de sua própria cultura.
A educação do município de Guarda-Mor revendo seu currículo ganhou em termos de qualidade com o Projeto de Educação Patrimonial dissertando o Tema: “Entrelaçando e Enveredando" reintegrando e fazendo interagirem as diferentes criações culturais do espírito humano, com um mesmo valor. Ensinar a pensar e sensibilizar o pensamento entretecendo a arte do fiar valorizando o fazer artístico das criações populares.
Com este espírito artístico teve culminância o referido Projeto com várias apresentações sendo elas: CRAS –CENTRO DE REFERÊNCIA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL- Guarda-Mor, com a coordenação da Profa.Luciene Marques de Freitas onde os produtos foram confeccionados por mãe e idosas,a presença da Casa do Artesão da cidade de Vazante apresentando um belíssimo trabalho de flores e trabalhos manuais como tapetes e porta papel), a presença da artesã Valdeci da cidade de Paracatu expondo seus colares e vários outros artesanatos.
Segundo a Profa. Fernanda que direcionou os trabalhos com os alunos do quinto ano da Escola Dorotéa Borges Novelino no período matutino e vespertino o II Encontro de Fiandeiras é uma culminância do trabalho desenvolvido na referida escola. Durante o desenvolvimento do Projeto de Educação Patrimonial foi deixado marcas, pegadas, trilhas, caminhos e estradas que foram abertas através de um movimento circular de produção de conhecimentos que, desde os saudosos tempos de Mário de Andrade, chamamos de bens culturais: saberes de um povo.
O fiar mais uma vez encanta as crianças num entrelaçar de mãos enveredando a história de um povo e que denominamos cultura. E é através desta cultura que nos conhecemos, conhecemos o outro e formamos nossa identidade, pessoal e coletiva, criando raízes. As crianças do quinto ano aprenderam a história de Guarda-Mor, a importância do tombamento, os instrumentos usados pelas fiandeiras como: roda, carda, dobradeira, descaroçador, tear, arco, fuso e etc.
Foi realizada oficina com os alunos de: tingimento, descaroçar o algodão, como fazer o fio da linha e também como é levado o fio para o tear com a finalidade de tecer: coberta,tapetes,colchas e etc.Os alunos aprenderam a arte do crochê,marca, cruzada e desenvolveram poesias e redação sobre a importância do fiar e estes serão encaminhados ao IEPHA.Durante a exposição do II Encontro de Fiandeiras estiveram presentes animando o evento a Folia de Reis "Chico Monteiro" e a "Orquestra da Viola" de Vazante encantando os atores expectadores que se fizeram presentes.
Enfim, parabéns aos organizadores da educação e cultura do município de Guarda-Mor no relembrar constante dos princípios do relativismo cultural para as novas gerações, na valorização da diversidade cultural, nos valores como respeito e tolerância; no estímulo permanente à curiosidade pela cultura e identidade tradicional, divulgando-as para que sejam conhecidas e reconhecidas na sociedade abrangente, de modo que seja transmitida a vontade de aprender, vivenciar, compreender, repassar e reinventar as tradições da nossa gente, do nosso povo.
Segue abaixo publicação de vídeo sobre o evento:
http://www.youtube.com/watch?v=ijZJ2m00Opk&feature=feedu



Por: Profa. Rosângela Bianchi
Fotografia: Profa. Rosângela Bianchi



Comentários

  1. Parabéns pelo trabalho Rosângela. Grande resgate cultura e um força para aprender a educar no presente...criamos aqui o respeito pelo passado, verificando a tecnologia da roda de fiar e saber que sempre vivemos dentro de um mundo onde a tecnolgia sempre esteve presente. Grande abraço!
    Márcia

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